27 de janeiro de 2012

Da Comunicação Extra-Sensorial Com Um Sapo Wherein We Discuss Extra Sensorial Communication With a Toad



Não importa como esteja vestido, ou até mesmo disfarçado, ou ainda atrás das câmeras servindo como produtor e eventual assistente de direção - no que André Campos Mesquita é mestre mesmo é certamente com as palavras: seja como tradutor, para a coleção da editora Escala sobre filosofia; autor teatral, pontuando algumas peças para o núcleo da escola Célia Helena; escritor, dando vida a uma recente biografia de Charles Darwin; ou especialmente como roteirista, que o reuniu ao lado do diretor Emanuel Mendes, com quem escreveu dois trabalhos: o primeiro, "Amarar" (2008), cuja polêmica para a seleção neste festival ficou restrita aos contornos de uma troca de emails, culminando na rejeição ao filme e consequentemente a não-participação no evento, e o segundo, "É Quase Verdade", no qual o roteiro foi literalmente concebido em uma mesa de bar. "Não sabemos como exatamente aconteceu", conta André. "Mas o fato é que, semelhante ao "Amarar", cujas primeiras versões do roteiro não levavam a lugar nenhum, os esboços para o que viria a ser a versão oficial do "É Quase Verdade" nasceram do acaso." Ou, como complementa o roteirista, "da ajuda de um sapo." "É que estávamos no tal bar rabiscando coisas em guardanapos (mais clássico impossível), até que me dirigi ao banheiro do estabelecimento, levado pela curiosidade que o Emanuel me despertou ao mencionar um sapo verde como enfeite de barro na porta de entrada do toalete. Não sei explicar muito bem, mas acho que houve alguma comunicação extra-sensorial, proto-metafísica e urucubaca excomungante no negócio, porque quando voltei, as ideias brotaram num jorro de revelação a tal ponto que o único trabalho que tivemos depois disso foi reuni-las narrativamente a fim de formar o que foi filmado. E que foi o que o Emanuel fez minutos depois de nos despedirmos no bar." Como se vê, não são apenas palavras que unem o trabalho destes dois: condições extra-sensoriais, proto-metafísicas e esconjurantes de situações embaraçosas ou atabalhoadas também são bastante comuns.

It doesn´t really matter the way he is dressed, or even disguised, or acting out behind the camera as a producer or sometimes as assistant director - the area in which André Campos Mesquita is a master is certainly the written words: either as a translator, for the collection about philosophy thinkers at Editora Escala; as a theater author, punctuating some plays for the Célia Helena Theater School, as a writer, giving life to the recent biography on Charles Darwin, or especially as a scriptwriter, which brought him together with director Emanuel Mendes on two short film works: "Amarar" (2008, commonly known as "Wave" in international title), whose polemic in this festival was restricted to email exchange culminating at the rejection of the movie by the very same festival, and of course "It´s Almost True", whose script was conceived at the table of a bar. "We don´t really know how it happened", says André. "But similar to "Amarar", whose first script versions wouldn´t really say anything to the viewer, the drafts for what would eventually be the final version of "It´s Almost True" were born by chance." Or, like the author says, "from the help of a toad." "This is because we were at the bar scribbling some notes on a napkin (the classic way!), and when I went to the bathroom taken by curiosity on Emanuel´s comment about a clay toad sculpture decorating the toilet entrance, I think there was some kind of extra sensorial, or metaphysical connection between us, because when I got back the ideas sprouted as a revelation that the only hard work we eventually had afterwards was to reunite them together in a concise and funny screenplay that would eventually be filmed. And it was what Emanuel did minutes later after we said good-bye at the bar." As one can see, it´s not only words that bond the two friends together: extra sensorial and metaphysical conditions are also very common.


Este post é totalmente verdade.                                                     This is a totally true post.     








                   

19 de janeiro de 2012

Ainda Não É O Filme Not The Movie Yet

                  O número foi coincidência, ok?              The number was just a coincidence, ok?    


Como mencionamos no post anterior, há um outro material sendo imediatamente editado a respeito de nosso "É Quase Verdade". A cortesia da ilha (e dos cafezinhos servidos nos intervalos) é de nosso caríssimo colega Alberto Ismael, o Betão, de quem já mencionamos aqui em um outro post que talvez vocês conheçam bem. Embora ainda falte captar algumas imagens, as quais certamente irão compor um resultado ainda melhor, é bastante provável que o que vocês verão em breve seja exatamente o que Betão está montando: o making de "É Quase Verdade".


Like we said in the previous post, there´s another material being edited about our film "It´s Almost True". Courtesy of our dear friend Alberto Ismael - who also serves cups of coffee between the intervals -, a.k.a. Betão, of whom we mentioned about in another post that you probably know very well. Although there´s still some material to film, which will certainly give a better result, it is much likely that what you´ll see pretty soon is exactly what Betão has been editing: the making of "It´s Almost True".

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15 de janeiro de 2012

Perfeitamente Feliz Perfectly Happy

                         A produtora Lindsay Doran      Producer Lindsay Doran

Ok, estávamos devendo atualizações há muito tempo, mas nunca é tarde, não é mesmo? Aliás, feliz ano novo a todos. Este primeiro post de 2012 traz uma notícia pertinente que acabou de sair no New York Times neste domingo, dia 15, e achamos mais do que necessário comentar a respeito dela. É uma matéria com a produtora americana Lindsay Doran - ex-presidente da United Artists, e que esteve por trás de projetos como "A Firma";  "Razão e Sensibilidade" e "Mais Estranho Que A Ficção" -, onde ela comenta sobre a necessidade que Hollywood (e por extensão todo o cinema dito comercial) possui de sempre oferecer finais felizes para seus espectadores, na ilusão de achar que isso não apenas fará com que as pessoas amem incondicionalmente os filmes, como também aumentará consideravelmente a renda deles. Mas Doran é uma onívora sensata que realmente gosta de cinema - seja ele mais pesado, leve ou o que estiver no meio. Ou seja, o tipo de produtor com o qual todo diretor sempre sonhou. Participando do Festival de Austin, no Texas, o ano passado, ela se surpreendeu com a quantidade de roteiristas em potencial preocupados em simplesmente escrever material apenas "vendável", e não necessariamente algo que realmente preencha o coração destes autores com emoção, entusiasmo e paixão. E após ler um livro o qual ela chamou de "catalisador do movimento da psicologia positiva", obteve resultados surpreendentes. Eles podem ser conferidos na matéria abaixo, no original em inglês, que, aliás, todo produtor de bom senso deveria anotar e carregar consigo por toda a sua existência. 

P.S.: "É Quase Verdade" está a caminho: a edição está em vias de começar. Enquanto isso, outro material está na sala de montagem, e tudo isso será assunto para os próximos posts. Bem-vindos a 2012.


Ok, we were all in debt considering new posts and updates for this blog, but better late than never, right? BTW, happy new year to us all. Actually this very first 2012 post comes with happy news for happy people - but not only for them: it´s a New York Times article delivered Sunday January 15th in which American film producer Lindsay Doran - an ex-president at United Artists and fund raiser for such projects as "The Firm"; "Sense and Sensibility" and "Stranger Than Fiction" - comments on the fact that Hollywood (and all commercial cinema as a whole) needs and thinks that its films should always come with a happy ending in order not only to please the audience, but also imagining that such strategy would eventually raise the profits of  tickets. But Doran is a sensible omnivore who seems to really love and cherish films - no matter if they are dark, light or something in between. That is, that kind of producer every director dreams of. At the Austin Film Festival last year she got surprised at the enormity of screenwriters in potencial worried about simply writing material that could be sold to the next big studio, and not exactly thinking about writing about something they liked, cared or loved. And after reading a book that she called "positive-psychology movement", she got some really nice results. They can be discovered on the link below, something, by the way, that every producer with a minimum degree in film knowledge should carry around for the rest of their lives.


P.S.: "It´s Almost True" is on its way: the editing process is about to begin. Meanwhile, another material is at the brink of editing too, but these subjects will be delivered in future posts right here in this blog. Welcome to 2012.

http://www.nytimes.com/2012/01/15/movies/lindsay-doran-examines-what-makes-films-satisfying.html?ref=movies

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